quarta-feira, 27 de maio de 2020

Pedras Salgadas, As Termas Reais

Olá,

Hoje dou-vos a conhecer Pedras Salgadas, pertencente a Vila Pouca de Aguiar, distrito de Vila Real. É conhecida pelas águas hipersalinas e gasocarbónicas com uma temperatura de 15 °C e pH de 6,3. Aliás, estas águas são essas mesmas que conhecemos.. as águas das Pedras. As características destas águas foram descobertas pelos locais bastante cedo. Eles utilizavam as águas para alivio dos diversos mal estares que os afligiam no dia a dia. Só no século XIX, a água começou a ser conhecida por todo o país, atraindo todos aqueles que sofriam de doenças do aparelho digestivo.

Pedras Salgadas

Em 1873, a água é premiada na Exposição Internacional de Viena de Áustria, dando um grande impulso para a construção de um Balneário Termal. Em 1875, formou-se uma companhia para exploração das águas pelo o Dr. Henrique Manuel Ferreira Botelho. Em 1879, as Termas de Pedras Salgadas abrem ao público, recebendo as mais célebres personalidades portugueses da época.

Lago no Parque das Termas de Pedras Salgadas

Em 1884 foram descobertas novas nascentes de água: Preciosa, Rio, Gruta, José Júlio Rodrigues, Férrea, Nova, Saraiva e Botelho, e Penedo. Foi também neste ano que D. Fernando fez uma visita real às Pedras Salgadas. Em homenagem, a nascente do rio passa a chamar-se D. Fernando.

Parque das Termas de Pedras Salgadas

Com a afluência de gente às Termas, foram construídos três hotéis junto ao parque: o Hotel Avelames, o Grande Hotel e o Hotel do Norte. Infelizmente, nenhum deles está operacional, encontrando-se em ruínas.
Em 1906, o rei D. Carlos visitou as Pedras Salgadas para tratamento de águas. No ano seguinte, a zona passa a ter uma linha de caminho ferro que liga Corgo a Pedras Salgadas.


O Que Visitar

O parque é lindíssimo e foi dos que mais gostei de visitar e confesso que até gostei mais que Vidago. Tem imensa natureza envolvente e uma calma absoluta! Aqui ficam os pontos obrigatórios de visita:

1) Nascente Preciosa
Nascente a que deram o nome Preciosa

Tal como já mencionado, foi descoberta 1884. Situa-se junto a uma das entradas do parque. 
Ainda hoje é possível utilizar estas águas para tratamento directamente da fonte, embora só na época termal que é de dia 2 de Maio a 31 de Outubro. 

2) Nascente de Pedras Salgadas
Nascente de Pedras Salgadas

A Nascente de Pedras Salgadas é um dos edifícios mais bonitos do Parque.  

Interior da Nascente de Pedras Salgadas

Tal como a Nascente Preciosa, também é possível utilizar estas águas para tratamento durante a época termal.

3) Nascente Penedo
Interior da Nascente Penedo

Foi uma das nascentes descobertas em 1884 e uma das maiores do parque (pelo menos a meu ver). Tal como as outras, é possível utilizar as suas águas durante a época termal.

4) Nascente D. Fernando
Interior da Nascente D. Fernando

Esta Nascente tem o nome D. Fernando, em homenagem ao rei consorte e também pode ser visitada e as suas águas usadas para tratamento durante a época termal.

5) Casino das Termas
Casino das Termas

O Casino das Termas foi inaugurado em 1910 com salão de festa e encontro, e embora o jogo fosse ilegal, era prática comum no seu interior. Era um dos ex libris do Parque Termal, onde eram dadas grandes festas.

6) Museu de Pedras Salgadas
Museu de Pedras Salgadas

Durante várias décadas, as termas foram um local de visita de milhares de pessoas. O Museu pretende prestar homenagem a toda a história do parque e das águas. Eu achei o museu fantástico, muitíssimo didáctico e a visita é guiada. É possível, no seu interior, ter acesso a um dispositivo de realidade virtual, onde se tem imagens do Parque no seu auge, na época do rei D. Carlos. Também é possível comprar uma garrafa de água das Pedras Salgadas personalizada.

7) Capela
Capela do Parque de Pedras Salgadas

A Capela foi construído no início do século XX e foi posteriormente restaurada. É possível ser visitada, mediante disponibilidade do parque.


8) O Parque, a Natureza e os Esquilos
Parque das Termas

O Parque, tal como disse, é excelente. Enquanto caminhamos por lá, senti uma paz tão grande. Adorei!

Os esquilos de Pedras Salgadas

A maior parte das vezes, há a sorte de vermos os esquilos do Parque. Nós vimos uns quantos, mas este foi o único que ficou na fotografia. São tão fofinhos :)

9) Fonte D. Maria Pia
Fonte D. Maria Pia

Esta fonte, a única que fica dentro de uma gruta, tem o seu nome em homenagem à rainha D. Maria Pia. Fica localizada ao lado do museu.

No parque, também encontramos as Eco Houses, são casas nas árvores que podem ser alugadas para passar uns dias e noites relaxantes.



Como Chegar

Parque das Termas


Do Porto - Seguir pela A28 até à saída 18 para A11 em direcção a Braga/Barcelos, seguir pela saída 3 para convergir com Variante à N103/N103 em direcção a Pedras Salgadas;

De Lisboa - Seguir pela A1, seguir pela A3 até à saída 9 para convergir com A11 em direcção a Barcelos, até à saída 3 para convergir com Variante à N103/N103 em direcção a Pedras Salgadas.

By Lum

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domingo, 24 de maio de 2020

A Maldição do Rei, de Philippa Gregory



"Uma personagem feminina forte, a maldição de um rei, um romance rico em pormenores históricos e investigação rigorosa.
No centro da rápida deterioração da corte dos Tudor, Margarida terá de decidir se a sua lealdade é para com o cada vez mais tirânico Henrique VIII ou para a sua amada rainha. Aprisionada na corte, terá de escolher o seu caminho e esconder a todo o custo o seu conhecimento de uma antiga maldição sobre os Tudor, que lentamente se torna realidade..."


Mais um livro da saga The Plantagenet and Tudor Novels da autora Philippa Gregory, sendo este o 7º volume. Este livro traz-nos a história de Margarida Pole (ou Plantageneta). Uma mulher que viveu desde de que nasceu numa corte de conspirações e se viu com altos e baixos, aprendendo a passar o mais despercebida possível. Casaram-na com um homem abaixo da sua condição, Sir Richard Pole. No entanto, ao que tudo indica foi feliz com ele. Educou o príncipe de Gales, até à sua morte. Após a morte da sua prima, voltou para casa para os seus filhos. Após a morte do seu marido, empobreceu, perdeu a sua casa e teve que enviar os filhos para longe: Henry e Artur, os mais velhos, para casa de um primo seu, Reginaldo entregou-o num convento, e Ursula e Geoffrey seguiram com ela para outro convento. Foi a pior altura da sua vida, em que vários familiares seus decidiram fazer um rebelião contra o rei. Sempre se tentou colocar a margem disto. A sua sorte muda, no momento em que Henrique VIII sobe ao trono e casa com Catarina de Aragão. Rapidamente é chamada à corte e lhe dão de volta todos os seus pertences, tornando-se umas das mulheres mais ricas de Inglaterra. Vê Henrique tornar-se um tirano, sempre o tentou aconselhar e colocar-se ao máximo à margem de todas as conspirações. Educou a princesa Maria, filha de Catarina de Aragão e Henrique VIII. Viu dois dos seus filhos serem presos e um deles ser executado por traição. Apesar de ter passado toda a vida a tentar fazer o correcto e manter-se à margem de conspirações, acabou presa e executada aos 67 anos. 
Vale a pena a leitura deste romance histórico! Adorei!


O livro e as séries

- The Spanish Princess
Já falei da série The Spanish Princess (aqui). A série baseia-se neste livro e no livro Catarina de Aragão, a Princesa Determinada e este que li. Centra-se mais na idade mais jovem de Margarida.


Laura Carmichael como Margarida Pole


Mas, tal como já dito, as diferenças entre a série e os livros são bem evidentes. Para além das que já mencionei no post sobre a série, existem mais estas relativamente a este livro:
- Margarida tinha uma excelente relação com a prima, a rainha Isabel de York, ao contrário de na série;
- Margarida estava com a prima Isabel na altura do seu parto (que a levou à morte), e sempre a apoiou, ao contrário de na série, que entram em conflito acabando com Isabel a expulsá-lo do quarto;
- Cena mega parva na série e que não entendi o porquê de fazerem tal alteração: o marido de Margarida, Sir Richard Pole, não morre esmagado por uma carroça. Morre de gripe enquanto Margarida está em confinamento para dar à luz o seu filho mais novo, Geoffrey;
- Margarida teve 5 filhos a sobreviverem à infância e chegarem à idade adulta: Henrique, Artur, Reginaldo, Ursula e Geoffrey. Na série, apenas tem 3: Henry, Reginaldo e Ursula;
- Ao contrário da série, Margarida nunca esteve envolvida em nenhuma conspiração contra o rei Henrique VII, aliás sempre se manteve bem afastada desse tipo de coisas;
- Na série vemos Margarida a deixar o seu filho Reginaldo num convento e a ir com a filha Ursula para outro convento. No livro, Margarida deixa realmente Reginaldo num convento, mas segue com a filha Ursula e com o seu filho bebé Geoffrey para outro convento onde se mantém até Catarina a chamar à corte.


Margarida com a filha Ursula, deixando o seu filho Reginaldo num convento na série.


Como vêm, as diferenças são bastantes, tal como acontece com o livro sobre Catarina de Aragão.
De qualquer forma, vale a pena conferir a série.

- Tudors
A série Tudors foi uma série que já vi à imenso tempo, mas como agora vai voltar a dar na tv, vou aproveitar para ver novamente e fazer comparações. Adoro fazer estas comparações!! 
Nesta série, Margarida não aparece muito, mas centra-se já numa altura mais tardia da  sua vida.


Margarida Pole, na série Tudors

Margarida aparece apenas como tutora de Maria, filha de Henrique VIII, e posteriormente quando o filho Reginaldo se une ao papa em conspiração para se tornar rei de Inglaterra, o que no livro não é bem assim... realmente uniu-se ao papa, falou-se nessa possibilidade, mas nunca foi para a frente, porque a família foi presa. Na série vemos ela e a família (filho e neto) na Torre e a serem executados (há excepção do neto, que não deu o que aconteceu...), tal como no livro. A sua aparição na série termina com a sua execução. Apesar de não terem explorado a personagem, até que está bastante próximo do livro.


Margarida Pole no dia da sua execução na série Tudors


Outros livros da serie The Plantagenet and Tudor Novels que já li:
- A Senhora dos Rios - Aqui
- A Rainha Vermelha - Aqui;
- A Rainha Branca - Aqui;
- A Filha do Conspirador - Aqui;
- A Princesa Branca - Aqui;
- Catarina de Aragão, a Princesa Determinada - Aqui;
- Duas Irmãs, Um Rei - Aqui;

- A série The White Queen - Aqui;
- A série The White Princess - Aqui;
-A série The Spanish Princess - Aqui.

By Lum


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quarta-feira, 20 de maio de 2020

domingo, 17 de maio de 2020

A Senhora dos Rios, de Philippa Gregory


"Jacquetta é casada com o Duque de Bedford, regente inglês da França, que lhe dá a conhecer um mundo misterioso de conhecimento e de alquimia. O único amigo de Jacquetta é o escudeiro do duque, Ricardo Woodville, que está a seu lado quando a morte do duque faz dela uma viúva jovem e rica. Os dois tornam-se amantes e casam em segredo, regressando à Inglaterra para servir na corte do jovem monarca Henrique VI, onde Jacquetta vem a ser uma amiga próxima e leal da sua nova rainha.
Depressa os Woodville conquistam uma posição no núcleo da corte de Lencastre, apesar de Jacquetta pressentir a crescente ameaça vinda do povo da Inglaterra e o perigo de rivais pretendentes ao trono. Mas nem a coragem e a lealdade dos Woodville bastam para manter no trono a Casa de Lencastre. Jacquetta luta pelo seu rei, pela sua rainha e pela sua filha Isabel, para quem prevê um futuro extraordinário e surpreendente: uma mudança de destino, o trono da Inglaterra e a rosa branca de Iorque."

Mais um excelente romance histórico de Philippa Gregory. A Senhora dos Rios é, segundo a autora, o 1º volume da serie The Plantagenet and Tudor Novels. No entanto não foi o primeiro livro que li desta serie. Depois em baixo deixo os links para os posts dos livros que já li. 
Neste livro é nos contada a história de Jacqueta, uma jovem da casa de Luxemburgo, descendente de Melusina. Casa com o segundo mais importante nobre de Inglaterra, o Duque de Bedford, que a introduz no conhecimento da alquimia e adivinhação. Conhece Ricardo Woodville, que é o jovem e belo escudeiro do duque. Quando o duque morre, ambos tornam-se amantes. É aqui que Jacqueta mostra que é um mulher determinada, sem medo de lutar pelo que quer, neste caso, casar com o amor da sua vida, Ricardo Woodville. Confesso que teve que ter muita coragem, pois naquela época, nenhuma mulher escolhia com quem casava, muito menos casava abaixo da sua posição. Foi o que Jacqueta fez, casou por amor com alguém abaixo da sua linhagem de duquesa e princesa de Luxemburgo. Desafiou os padrões da época e na altura acabou por ser "condenada" a pagar uma multa bastante elevada. Acabou por subir na corte, quando se tornou amiga da rainha Margarida de Anjou. No entanto, também a levou a uma vida quase sempre longe do marido e dos filhos. Ao todo, este casal teve 14 filhos! Aconselhou a rainha o melhor que pode, no entanto, Margarida também era uma mulher muito à frente no seu tempo. Penso que mais para o fim, passou a ser um pouco cruel, mas pronto, não deixou de desafiar os costumes da época. 
Este livro termina exactamente no início o livro seguinte, A Rainha Branca.
Vale a pena ler este primeiro para se compreender toda a história seguinte =)

Jacqueta na serie The White Queen

Jacquetta (Janet McTeer) e a sua filha, Isabel Woodville (Rebecca Ferguson) na série The White Queen

Jacquetta é uma das personagens da serie The White Queen, no entanto, a única coisa que aparece na série é o final deste livro, sendo o restante sobre os 3 livros seguintes (A Rainha Branca, A Rainha Vermelha e A Filha do Conspirador).

Vale a pena conferir a série!

Outros livros da serie The Plantagenet and Tudor Novels que já li:
- A Rainha Vermelha - Aqui;
- A Rainha Branca - Aqui;
- A Filha do Conspirador - Aqui;
- A Princesa Branca - Aqui;
- Catarina de Aragão, a Princesa Determinada - Aqui;
- Duas Irmãs, Um Rei - Aqui;

- A série The White Queen - Aqui;
- A série The White Princess - Aqui;
- A série The Spanish Princess - Aqui.

By Lum
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quarta-feira, 13 de maio de 2020

Vidago, a vila termal

Olá,

Hoje dou-vos a conhecer a Vila Termal de Vidago. Freguesia do concelho de Chaves, Vidago é conhecida pelas águas termais gasocarbónicas.
Conta a história que Vidago terá sido uma estância termal durante o tempo em que os Romanos ocuparam a Península Ibérica.

Palácio de Vidago

Vidago, foi um dos balneários termais mais visitados em Portugal, estando o SPA actualmente, inserido no Vidago Palace Hotel. Teve o seu ponto alto em 1875-1877, quando o Rei D. Luís I fez várias visitas à vila. A fama dos poderes curativos das águas espalhou-se e em 1876-1889 foram premiados em Madrid, Paris, Viena e Rio de Janeiro.
Contribuiu para a construção do caminho-de-ferro a partir do Porto, uma vez que os hospedes utilizavam estradas em muito mau estado. Assim, em 1907, o caminho-de-ferro da Régua a Vila Real, foi extendido até Pedras Salgadas e três anos depois chegou à Estação de Vidago. 


O que ver

1. Termas de Vidago

As Termas ficam inseridas no Parque de Vidago, e os seus edifícios tem um estilo "Belle Époque". São constituídas por 3 nascentes de água, chamadas Vidago, Vidago II e Fonte Salus. Estas Termas já acolheram no últimos 100 anos, grandes figuras da monarquia europeia, da política e das artes. As garrafas de água mineral, Vidago, Salus e Campilho são extraídas em Vidago.

Termas de Vidago

Conta a história, que em 1863, Manuel de Sousa, um lavrador da vila, vindo de umas das suas propriedades, viu uma pequena nascente de água e parou para beber essa água. Achou-a um pouco picante, mas sentiu-se bastante melhor do estômago, do qual sofria de indigestão/enfartamento. Já que a água dava-lhe alívio, continuou a beber, e contou este achado à sua parente D. Júlia Vaz de Araújo, que as levou de seguida ao conhecimento do Dr Domingos Vieira Ribeiro. Manuel de Sousa ficou conhecido como o achador da água.

Termas de Vidago

Existem actualmente várias práticas termais, entre elas, a hidropinia (ingestão da água mineral das 3 fontes), técnicas destinadas ao aparelho respiratório e os duches e banhos, simples ou com massagens.  

2. Parque de Vidago

Parque de Vidago

O Parque Natural de Vidago rodeia o Vidago Palace Hotel. É um parque vasto e belíssimo. Foi criado em 1910 e apresenta uma paisagem típica do início do século XX que permanece intacta até aos dias de hoje. 

Parque de Vidago

O Parque é realmente lindíssimo, a sua vegetação muda consoante a estação do ano. Estivemos lá no Inverno, e devo dizer que a vegetação do parque continuava lindíssima. Nem parecia Inverno naquele local. Adorei o lago "verde" (lago coberto com vegetação), parecia um lugar tirado dos livros de fantasia.

Lago no Parque de Vidago

Apesar do Parque fazer parte do hotel, existe um acordo entre este e a Câmara Municipal, que permite aos turistas visita-lo sem ter que ficar hospedados no hotel. Vale a pena visitar este parque, é mesmo belo!

Lago no Parque de Vidago

3. Vidago Palace Hotel

O Vidago Palace Hotel foi projectado pelo Rei D. Carlos I, que desejava ver construída uma estância de luxo para quem fosse fazer a terapêutica com as águas das Termas, uma vez que já eram consideradas de interesse nacional. Foi inaugurado a 6 de Outubro de 1910, ano em que foi instaurada a república. D. Carlos nunca o viu construído. Em 1936, passa também a dispor de um campo de golfe.

Vidago Palace Hotel

 O Vidago Palace Hotel, através de todas estas ofertas, tornou-se numa das estâncias europeias com maior prestígio durante a 2ª Guerra Mundial. Nos anos 50 e 60, a fama voltou a intensificar-se devido ás festas organizadas no hotel. Em 2006, o hotel encerrou, reabrindo em 2010, cem anos após a sua inauguração. 
Não é permitido aos turistas entrar no hotel, a não ser que lá estejam hospedados.

4. Igreja da Nossa Senhora da Conceição

Igreja da Nossa Senhora da Conceição

A igreja da Nossa Senhora da Conceição foi construída entre 1933 e 1942, de estilo neo-românico. Tem planta em forma de cruz latina com uma nave. A entrada é feita pela porta axial de 5 voltas e arcos de volta perfeita (que se podem ver na foto).


Como Chegar

Parque de Vidago

Do Porto - Seguir pela A20/IC23 até E1/A3 saída em direção a E82/Valença/Braga/A4/Valongo/V. Real, convergir com A7 em direcção a Guimarães e seguir pela saída 8 para A7 em direção a Guimarães Sul/A11/Felgueiras/A24/Chaves, convergir com a A24 em direcção a Chaves/ Espanha, sair na saída 19 para a N2 em direcção a Vidago;

De Lisboa - Seguir pela A1 até ao Picoto e convergir com A41, sair na saída para a A42 até convergir com A11 em direcção a Felgueiras/A7/Guimarães/A24/Chaves, seguir pela saída para A7 em direcção a Fafe/Vila Real/A24/Chaves, convergir com a A24 em direcção a Chaves/ Espanha, sair na saída 19 para a N2 em direcção a Vidago.

By Lum

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domingo, 10 de maio de 2020

Beyond The Black feat. Elize Ryd (Amaranthe) - Wounded Healer (Official Lyric Video)


Este é o 3º single do novo álbum que os Beyond the Black lançam. O primeiro single, Misery, não gostei; Golden Pariahs foi melhor... mas este é o melhor que lançaram até agora. Gosto muito de Beyond the Black, mas confesso que este álbum não me está a deixar muito entusiasmada, mas quem sabe... pode ser que até seja bom...
Entretanto, fica a música melhor que lançaram até agora, com a participação da Elize Ryd dos Amaranthe.




By Lum
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quinta-feira, 7 de maio de 2020

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The Spanish Princess - Série 2019

Olá,

Hoje venho falar-vos da série The Spanish Princess, que já tinha falado neste post.
Esta série é baseada nos livros Catarina de Aragão, a Princesa Determinada e A Maldição do Rei, de Philippa Gregory e sucede às séries The White Queen e The White Princess.



Esta série conta a história de Catarina de Aragão, infante de Espanha, e em segundo plano a história de Margaret Pole (ou Plantageneta). Quem gosta de séries históricas, esta é uma que não pode deixar de ver. No entanto, prepare-se para ver a série não ser fiel aos acontecimentos e nem mesmo ao livro (já li os dois e tem grandes diferenças relativamente aos dois). 

Charlotte Hope como Catarina de Aragão e Angus Imrie como Príncipe Arthur

Nestes 8 episódios, vemos Catarina a sair de Espanha em direcção a Inglaterra para casar com o herdeiro do trono, o príncipe Artur. O início é conturbado, mas logo se entendem e são felizes, até que Artur contrai a famosa Doença de Suor e acaba por morrer, deixando Catarina viúva. 

Charlotte Hope como Catarina de Aragão e a actriz espanhola Alicia Borrachero como Rainha Isabel, a Católica

A partir daqui, começa toda a trama... Catarina passa a viver na pobreza, sempre focada em chegar ao trono de Inglaterra, casando com o príncipe Harry, irmão de Artur. Muita coisa decorre, entre elas a morte da rainha Isabel de York e também da rainha Isabel, a Católica. Também o rei Henrique VII irá querer casar com Catarina, lançando um guerra entre ele e o seu filho Harry. 

Elliot Cowan como Rei Henrique VII, Harriet Walter como Margarida Beaufort e Ruairi O'Connor como príncipe Harry, futuro rei Henrique VIII


Ao mesmo tempo, é contada a história de Margaret Pole, uma herdeira Platangeneta, descendente da antiga família real. Casada com um homem abaixo da sua linhagem, Maggie tenta passar despercebida ao máximo na corte. No entanto, após a morte da sua prima, a rainha Isabel de York, e do seu marido, começa a passar provações, ficando na pobreza e sendo obrigada a refugiar-se num convento.

Harriet Walter como Margarida Beaufort, Alan McKenna como Richard Pole e Laura Carmichael como Margaret Pole

Esta temporada termina com a morte do rei Henrique VII e subida ao trono do príncipe Harry, agora Henrique VIII. E com esta subida, Catarina sai da pobreza, Harry casa com ela e ambos sobem ao trono. 
A série irá ter uma 2ª temporada, que contará o resto da história de Catarina, neste caso, já depois de se tornar rainha de Inglaterra. Deduzo que continuará também a contar a história de Margaret Pole.



Diferenças entre a série e o livro Catarina de Aragão, a Princesa Determinada


Como já disse, a série tem bastantes diferenças relativamente ao livro Catarina de Aragão, a Princesa Determinada, embora essencialmente conte a história dela. Simplesmente falha naqueles pormenores, e nem sei bem porque o fazem.


Stephanie Levi-John como Lina de Cardonnes, Charlotte Hope como Catarina de Aragão e Nadia Parkes como Rosa de Vargas

Aqui ficam as diferenças:
- A rainha Isabel, a Católica, apesar de ter estado por várias vezes junto do campo de batalha, nunca lutou em nenhuma batalha de espada em riste, como faz crer a série. Não aconteceu no livro, nem na vida real;
- Catarina de Aragão não falava muito bem inglês quando chegou a Inglaterra, falava francês e latim (ao contrário de na série);
- Para mim, é o erro mais flagrante embora entenda o porquê: a idade do príncipe Harry! Quando Catarina chegou a Inglaterra, ele tinha apenas 10 anos. Na série parece da idade do seu irmão mais velho. Entendo que a ideia é apressar mais a história, mas pronto.. not really ok;
- Catarina tinha uma boa relação com a rainha Isabel de York, ao contrário de na série;
- Catarina foi recebida pelo Duque de Buckingham quando chegou a Inglaterra, tal como na série. Mas também o príncipe Harry a recebeu juntamente com ele;
- Catarina só conheceu Margaret Pole mais tarde, já depois de estar no castelo de Ludlow com Artur. Na série, conhece-a de imediato, ainda antes de conhecer o rei e o príncipe Artur;
- Catarina já sabia da morte do irmão de Margaret Pole e que tinha sido uma condição para seguir para Inglaterra, ao contrário da série, que não sabe nada;
- Apesar de no início se sentir mal perto de Catarina, nunca houve uma palavra de ressentimento de Margaret para ela, aliás, deram-se logo bem. Na série, ao início não se dão, mas depois lá começam uma boa amizade;
- No livro, Catarina e Artur são preparados e deitados na noite de núpcias no seu quarto, na série isso não acontece;
- Na série, Catarina e Artur parece que estão casados durante uns dias ou algumas semanas, o que nem na realidade nem no livro é assim... estiveram casados mais ou menos meio ano;
- Outro erro grande: na série Isabel de York já aparece grávida na altura do casamento de Catarina e Artur. Na verdade, Isabel engravidou depois da morte do filho Artur - até penso que é isto que faz com que o casamento pareça só ter durado uns dias ou umas semanas;
- Não entendi os lamentos das aias de Catarina no casamento de Artur. Nunca ouvi falar de tal coisa como tradição medieval espanhola;
- Outra falha que não entendi, na série não aparece a principal dama de companhia de Catarina, Maria de Salinas;
- Como é óbvio, o rei Henrique VII não estava presente no parto da sua mulher. Penso que foi só mesmo para dar aquela emoção na série;
- Joana, a irmã de Catarina visita-a em Inglaterra, mas não é nada assim. Aliás, acho que a série retratou tão mal Joana, que até dá dó. Retrata-a como uma mulher mal educada, cheia de ressentimentos, que se dá muito mal com Catarina, odeia a mãe, enfim... Na realidade, elas pouco estiveram juntas durante a visita e sempre se deram bem e Joana adorava a mãe. Era uma mulher mal tratada pelo marido e morria de ciúmes dele, mas nada como aquilo... foi das partes que mais detestei na série;
- Outro erro grave e que detestei: obviamente, Joana nunca dormiu com Harry. Harry era uma criança quando ela esteve em Inglaterra, e Joana era apaixonada e obcecada pelo marido -  erro grave e idiotice chapada.

Elliot Cowan como Rei Henrique VII e Alexandra Moen como Isabel de York

Como se vê, a série tem várias diferenças, embora não deixe de ser uma boa série. Não gostei do retrato grosseiro que fizeram de Joana, a Louca. Achei muito mau mesmo e acho que é o momento mais baixo e foleiro da série.

By Lum

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segunda-feira, 4 de maio de 2020

Eu, Maria Pia. de Diana de Cadaval



"Chegou a minha vez de morrer. Como último desejo peço que me virem na direcção de Portugal, o país que me encheu de alegria o coração de menina e me tirou tudo o que de mais sagrado tinha quando mulher. Olhando para trás, reconheço que a minha vida foi marcada pela tragédia. Vi partir uma mãe cedo de mais. Não me consegui despedir do meu pai, enterrei um marido que, com palavras doces, conquistou o meu ingénuo coração e no final me humilhou com as suas traições, um filho em quem depositava todas as esperanças, um neto adorado, e por fim, a minha querida Clotilde, irmã de sangue e confidente. Claro que também tive momentos de felicidade. Quando sonhava acordada com príncipes e casamentos perfeitos, quando cheguei a Lisboa e o povo gritava o meu nome, quando viajava por essa Europa fora de braço dado com Luís, quando brincava no paço com os meus filhos ou quando estendia as mãos para ajudar os mais necessitados. Mas mesmo nestas alturas havia quem me apontasse o dedo. Maria Pia, a gastadora, a que dava festas majestáticas no paço, a que ia a Paris comprar os tecidos mais caros e as jóias mais exuberantes. Não percebiam eles que assim preenchia o vazio que, aos poucos, se ia instalando no meu coração. Na sua primeira incursão pela escrita, Diana de Cadaval traz-nos um retrato psicológico de D. Maria Pia, rainha de Portugal. Num romance escrito na primeira pessoa, viajamos para os finais do século XIX, princípios do século XX para conhecer a trágica vida de uma princesa italiana feita rainha com apenas catorze anos. Recebida em clima de grande euforia, Maria Pia foi, 48 anos depois, expulsa de um país a quem dedicou toda a vida. Morria pouco tempo depois, demente, longe dos seus tempos de fausto e opulência, mas com a secreta esperança de que a morte lhe trouxesse a tranquilidade há tanto desejada."

Mais um bom livro da autora Diana de Cadaval (já tinha lido outros dois, ver aqui e aqui). Este conta a história da penúltima rainha de Portugal, Maria Pia. O livro inicia com Maria Pia já no seu leito da morte, começando a reviver toda a sua vida. Ficou sem mãe na infância e o seu pai nunca estava presente, tentando compensar comprando presentes caríssimos. Assim, se fez a infância e adolescência de Maria Pia, habituada ao caro. Casou-se aos 14 anos com o rei de Portugal, D. Luís I, quase 10 anos mais velho. Chegou a Portugal, uma corte bem mais pobre e modesta. Logo deu dois filhos ao rei, dois rapazes, ambos o sol da sua vida. Foi traída pelo marido várias vezes em público. Era uma rainha gastadora, mas também piedosa: ajudava os desfavorecidos e não aguentava ver o povo sofrer. No entanto, foi muito esbanjadora, nem qualquer coisa lhe servia. Daí a sua famosa frase: "Quem quer rainhas, paga-as!". Nunca compreendeu o que era a poupança num país fragilizado a nível financeiro, na minha opinião, muito por causa da educação que teve. Os gastos exuberantes serviam para preencher o vazio que sentiu ao longo da sua vida. Ficou viúva, e apesar de ter sido traída, sofreu com a morte de D. Luís. Mais tarde, sentiu a dor profunda de perder um filho e um neto. A partir daqui, tudo se desmoronou, e começou a ter sinais de demência. Foi expulsa do país, aquando da implementação da republica. 
Achei que era uma mulher bastante complexa e adorei saber mais sobre ela. Recomendo o livro!

By Lum
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