terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

O Desejado, de Aydano Roriz

 


"Quando anoiteceu, no dia 4 de Agosto de 1578, nove mil soldados portugueses jaziam mortos nas areias de Alcácer Quibir. Mais de 16 000 foram feitos prisioneiros. No ar paira a pergunta: onde está D. Sebastião?
D. Sebastião é uma figura histórica envolta em mistérios: suspeita-se que teve uma juventude excessivamente dedicada ao amor pela guerra e ao fervor religioso. Foi coroado aos 3 anos de idade, e os seus apetites por batalhas e torneios arruinaram os cofres do reino. Há quem defenda que foi homossexual, andrógino e que tinha um lado do corpo ligeiramente maior e deformado. Das inúmeras versões da história, sabe-se que a sua arrogância era do tamanho dos seus sonhos: tinha a inabalável convicção de que Deus lhe guardara um destino de grandes feitos, o que o terá levado a combater os mouros em Alcácer Quibir. Conforme reza a história, desta batalha só sobrou sangue. Uns crêem D. Sebastião morto, outros crêem-no prisioneiro. Outros sonham com o seu regresso numa manhã de nevoeiro para salvar Portugal. E assim se criou o mito que perdura até aos nossos dias. Com mestria, criatividade e minúcia, Aydano Roriz relata neste romance a história do Desejado, na sua versão enlevada à categoria de um romance sublime. Eis uma obra fundamental para quem quer conhecer outra faceta da História de Portugal."


Foi o primeiro livro que li deste autor. E gostei do que li, gostei da sua forma de escrever. O livro conta a vida de D. Sebastião, o desejado, desde do seu nascimento até à sua morte. Ficou sem pai ainda antes de nascer, herdou um reino quando ainda era pequeno, após a morte do seu avô. Como regente, teve a sua avó, rainha D. Catarina, e o seu tio Cardeal D. Henrique. Gostei da forma como o autor explorou a história, atribuindo uma educação extremamente religiosa, crescendo a pensar em guerra com os muçulmanos. Recusou-se sempre a casar, chegando a dizer-se que era homossexual (algo que nunca iremos saber). Apesar de todo os contras que os seus conselheiros alertaram, decidiu ir para África combater os muçulmanos. Acabou por ser uma derrota terrível para os portugueses, em que o próprio rei desapareceu, criando o mito que regressará para salvar Portugal numa manhã de nevoeiro. O seu desaparecimento, levou o cardeal D. Henrique ao trono, e, após a sua morte, a uma guerra de sucessão, acabando o trono nas mãos do rei Filipe de Espanha. Vários impostores apareceram posteriormente, dizendo ser D. Sebastião, o que nunca se verificou.

Aconselho este livro para quem quer ler um pouco mais sobre D. Sebastião!

By Lum

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