quarta-feira, 14 de outubro de 2020

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Novidades

 Olá pessoal,

Já à bastante tempo que não fazia um post assim, mas há novidades para contar: Estou grávida! Estamos muito felizes, apesar de nesta altura, com o covid, seja mais complicado. O meu marido não me pode acompanhar em quase nada, só assistiu mesmo às 2 ecografias morfológicas que fiz. Mas consultas na obstetra e centro de saúde, não. Neste momento já estou na 21ª semana, portanto já passei o meio da gravidez.


Mas nem tudo foram maravilhas, o primeiro trimestre foi horrível. Ouvir gente dizer aquela fantástica frase "Gravidez não é doença!", neste momento, dá-me vontade de esbofetear essa gente, pois ou tiveram gravidezes santas ou então nunca estiveram grávidas. Odeio tanto esses bitaites, como aqueles que nos mandam antes de engravidarmos: "então, e bebés, não pensam ter?", "olha que a idade vai avançando e depois é pior". Entre os dois, venha o diabo e escolha.


A decisão de engravidarmos

Tal como disse, por vezes é complicado ouvirmos aqueles bitaites que falei acima. Sei que as pessoas falam sem maldade e sem pensar, mas a verdade é que se pensassem um pouco na situação, sabiam que por vezes o silêncio é ouro. Um casal pode simplesmente não querer engravidar já, mas também podem não querer de todo ter filhos; outros tentam à anos e não conseguem, outros até já sofreram abortos e alguns até se submeteram a tratamentos de fertilidade e mesmo assim, nunca chega o positivo. A essas pessoas que gostam de mandar bitaites: lembrem-se que ainda temos liberdade como casal de fazer o que quisermos com a nossa vida e que muitas vezes, esse tipo de perguntas magoam muito! 

A decisão para nós, enquanto casal, foi fácil. O meu marido sempre quis ter filhos, eu já me sentia também preparada. Primeiro tive que resolver os "pequenos problemas de saúde" que foram aparecendo, especialmente o esgotamento que tive em 2016. Mas sentia-me bem, sem ataques de ansiedade desde dessa altura, portanto.. decidimos começar a tentar em Fevereiro deste ano (ainda não se falava muito do covid em Portugal). Sempre pensei que teria dificuldades a engravidar, por causa dos problemas hormonais que tinha, e via as minhas amigas que levavam, algumas, um ano ou mais para conseguirem. Tentei manter-me calma, mas a verdade é que sempre que vinha a menstruação batia sempre uma pequena tristeza. 


Desde de os meus 17 anos que tomava a pilula por causa dos problemas hormonais e ao fim de tantos anos, pensei que seria complicado. O meu corpo demorou cerca 4 meses a "limpar a pilula" do organismos, inclusive, por vezes quase nem menstruação tinha (muito pouca). Na 5ª vez, o meu período veio normalmente, na data que deveria vir, segundo as minhas contas. No mês seguinte, já não houve período.. durante os 4/5 meses que o meu corpo demorou para se habituar a estar sem a pilula, senti várias alterações, o que fez que também começasse a conhecer o meu corpo. Quando o meu período começou a atrasar, eu sabia que havia algo de esquisito, no 3º dia de atraso, compramos o teste e voilá: positivo! Mal conseguíamos acreditar! Marcou-se logo uma consulta com a minha ginecologista para confirmar tudo e ver se estava tudo bem e descartar aqueles problemas inicias.

O 1º trimestre de gravidez

Na consulta, verificou-se que estava tudo ok, e que não havia problemas, como gravidez ectópica, etc. Logo tive uma data de exames para fazer. Por volta da 6ª-7ª semana de gravidez, começou o mau estar: enjoos a toda a hora (não eram só matinais), vómitos constantes, não conseguia cheirar comida nenhuma, para não dizer que todas estas mudanças hormonais e com toda esta nova situação, os ataques de pânico voltaram. Gravidez não é doença, mas por vezes parece! Fui medicada com medicação para os enjoos, neste caso o famoso Nausefe, e como os vómitos continuavam, a obstetra deu-me um mais forte para parar os vómitos. Mas eles não passavam, e comecei a achar que já começavam também a ver com os ataques de ansiedade. Fui entretanto, encaminhada para uma psiquiatra excelente, que logo me deixou descansada. Por esta altura, já estava na 10ª semana de gestação. Ela medicou-me com sertralina (o único que não está contraindicado para gravidas) e deu-me uns calmantes naturais e, se quando passasse para o 2º trimestre, não tivesse melhor, que começava a tomar uma quantidade mínima de Xanax. Obvio que fiquei com medo, mas ela logo tranquilizou, dizendo que a quantidade era tão pequena, que não havia problemas para o bebé. 


Convém dizer que com estes enjoos todos, vómitos e afins, a única coisa que conseguia comer era massa cozida com queijo e fiambre, ou então um pouco de bacalhau (ya, e eu nem ligava muito a bacalhau), carne nem vê-la, só com o cheiro agonizava; pão e fruta. Com isto, perdi mais de 6kg de peso. Os enjoos foram passando e eu comecei a conseguir comer peixe, arroz, e alguma carne que fosse grelhada na grelha ou assada. Mas pouca. Os vómitos continuaram, em especial de manhã, até a 13ª semana, altura em que entrei no 2º trimestre e comecei a fazer o Xanax. Ainda estive uns 15 dias até o corpo reagir e após, isso desapareceram quase por completo.

Durante o tempo que andei mal, foi horrível e só pensava "no que me fui meter", sentindo-me imediatamente culpada, porque sempre quis ter filhos. Mas a verdade é que o meu 1º trimestre foi muito mau, não usufruí daquela alegria duradoura da descoberta. E a sensação de culpa por estar tão medicada e que poderia fazer mal ao bebé, não me saía da cabeça, fazia sentir-me mesmo muito mal. Só fiquei descansada quando fiz os exames, tanto despistes das trissomias, como a morfológica do 1º trimestre. Tudo estava normal, e o bebé estava a desenvolver bem. Nessa altura, quis chorar de alegria, porque foi um alivio tão mas tão grande... puuff.


O início do 2º Trimestre

Tudo começou a melhorar. A verdade é que se deixar o Nausefe, os enjoos voltam, portanto tenho que continuar a tomar. Mas o apetite voltou, ainda não consigo comer carne grelhada nos grelhadores elétricos, nem frango cozido, porque simplesmente me dá náuseas, mas o resto já como bem. No início só me apetecia chocolate, e agora só me apetece gelados (nunca fui de comer gelados, mas fico feliz de haver alternativas sem lactose e até vegan para eu comer, senão seria desastre). Finalmente comecei a usufruir da minha gravidez e do amor incondicional que já sinto por este ser que está a crescer dentro de mim. A barriga a crescer e os movimentos do bebé que já sinto, foram uma alegria muito grande. Neste momento, tenho muito sono e adormeço em qualquer sitio a qualquer hora. Estou de baixa, primeiro por causa do mau estar do 1º trimestre e agora por causa do Covid. Só saio de casa para ir a consultas e pouco mais. Na semana passada, fiz a ecografia morfológica do 2º trimestre e foi uma emoção para mim e para o meu marido: ver as mãozinhas, pezinhos e as graçolas que já faz *.* E foi aí que descobrimos:


Vem aí uma menina, está perfeitinha, de saúde e é uma mexilhona. Estamos muito felizes!

Agora vem aí aquele exame que tanto custa às grávidas (pelo menos pelo que me contam), que é o da glicose. Ter que beber aquele liquido doce, deixa-me um pouco em pânico. Para não dizer que odeio tirar sangue lol Eu não gosto de coisas muita doces, vamos ver como vai correr. 


Isto é só a primeira parte desta nova fase da nossa vida! Achei por bem falar da minha experiência no início da gestação, porque sei que não sou só eu que passei por isto, e pode ajudar outras mulheres. Muita gente critica as mulheres que dizem "odiei estar grávida", mas não podemos censura-las, pois é realmente duro e ainda não cheguei a parte em que vou ficar como se tivesse engolido uma melancia inteira. Eu odiei o meu 1º trimestre, não vou mentir, mas este está a ser bem melhor e já gosto de todas estas alterações. Vamos a ver, como corre até ao fim, espero que corra tudo bem! :)


By Lum

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