Olá,
Hoje, tal como prometido no post sobre Monção, dou-vos a conhecer Salvaterra do Minho, um município situado na Galiza a cerca de 2 km da cidade Portuguesa de Monção. Situa-se na margem direita do Rio Minho.
Salvaterra pertenceu ao Reino de Portugal até meados do século XVII. Actualmente, pertence à província de Pontevedra. Portugal perdeu este município em 1643, no decurso das guerras da Restauração da Independência. Ainda voltou a ser recuperada pelo Conde de Castelo Melhor, mas foi por pouco tempo, tendo sido ocupada novamente pelas forças espanholas em 1659, onde também a vila de Monção esteve em risco.
Apesar de no Tratado de Alcanizes, assinado pelo rei D. Dinis de Portugal e o rei D. Fernando IV de Castela, estabelecer que Salvaterra pertencia a Portugal, esta nunca veio a ser restituída.
Na zona mais elevada, junto ao Rio Minho, encontramos um conjunto de fortificações. No período da ocupação Portuguesa durante a guerra da Restauração, que durou 16 anos, esta fortificação foi modernizada. No interior da fortificação, encontra-se o Castelo de Salvaterra, também muitas vezes referido como Castelo de Dona Urraca, onde ocorreu muitos dos confrontos entre os reinos de Portugal e Galiza, Leão e Castela. Foi deste Castelo que D. Urraca I de Leão e Castela dirigiu, apoiada pelo Arcebispo de Santiago de Compostela, Diego Gelmírez, o ataque contra a sua meia irmã, D. Teresa de Leão, que se tinha proclamado rainha de Portugal.
Em 1383-1385, durante a crise de sucessão, Salvaterra foi conquistada por Portugal.
Durante o reinado de D. João I de Portugal, foi assinado o 2º Tratado de Monção, onde eram decretadas tréguas durante 3 anos com João I de Castela, onde Portugal cedia a Castela Salvaterra de Minho e Tuy, e recebia de Castela Mértola, Noudar e Olivença no Alentejo, e Castelo Melhor, Castelo Mendo e Castelo Rodrigo, no Ribacoa.
Como já mencionado, durante a Guerra da Restauração (1640-1668), Salvaterra foi ocupada novamente por Portugal entre 1643 e 1659, ficando como alcaide o português Gregório Lopes de Puja. Foi nas mãos portuguesas, que se deu a ampliação e modernização das defesas da praça, convertendo-a numa fortaleza abaluartada.
Como resposta, as forças espanholas tentaram ocupar Monção, contornado a fortaleza de Salvaterra, cercando-a com as fortificações de Santiago de Aitona, Fillaboa e Atalaia de San Pablo de Porto. A fortificação de Fillaboa foi arrasada pelas forças portuguesas, tendo sido reerguida de imediato pelos espanhóis. Todo o conjunto de fortificações tiveram um papel importante, uma vez que permitiu as investidas das forças espanhola. Após atravessarem o rio Minho na altura de Lapela, fizeram cerco a Monção, que se prolongou durante 4 meses, caindo em mãos espanholas. As tropas portuguesas cercadas em Salvaterra, cederam 10 dias depois.
No fim do conflito, foi decidido que Salvaterra do Minho passaria a ser pertença dos espanhóis, enquanto a fortaleza de Monção passassem novamente para mãos portuguesas. Entretanto, foi decretado que as fortificações auxiliares constituíam um perigo, e portanto, a Junta de Guerra determinou a demolição dos fortes de Santiago de Aitona e Fillaboa, permanecendo apenas a Atalaia.
Infelizmente, no dia em que visitamos (antes da epidemia de Covid 19), havia uma festa no seu interior e tudo estava fechado. Não nos foi possível visitar, com muita pena nossa.
Fonte: http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=1277
Como Chegar
Do Porto - Seguir pela A3 até à A-55, seguir na saída 22 em direcção a As Gándaras/A Granxa, seguir pela PO-510 para a PO-403 em direcção a Salvaterra de Miño;
De Lisboa - Seguir pela A1, até à saída para a A3, seguir pela A3 até à A-55, seguir na saída 22 em direcção a As Gándaras/A Granxa, seguir pela PO-510 para a PO-403 em direcção a Salvaterra de Miño.
By Lum
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