domingo, 14 de junho de 2020

Monção, o berço do Alvarinho

Olá,

Hoje dou-vos a conhecer a Vila de Monção, considerado o berço do Alvarinho.
Esta Vila fica situado no Alto Minho, distrito de Viana do Castelo e encontra-se a dois quilómetros do município espanhol de Salvaterra do Miño (que também irei dar-vos a conhecer num dos próximos posts).

Monção

Monção é uma vila fortificada na margem do Rio Minho. Em 1291, o rei D. Afonso III deu a esta vila a carta de foral e, em 1306, D. Dinis mandou construir um castelo defensivo, cujas muralhas ainda podemos ver. 
No passado foi palco de vários combates entre os reinos de Portugal e Castela. As muralhas circundam o centro histórico, onde se encontram outros monumentos, para não falar da bela paisagem que podemos ter quando olhamos da muralha. 

Vista das muralhas da Vila de Monção


O que visitar

1) Centro Histórico
Centro histórico de Monção

No centro histórico de Monção, no interior das muralhas, é possível encontrar vários monumentos de interesse, como a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia e a Igreja de Santo António dos Capuchos. Pode passear-se ao longo das muralhas, onde encontramos diversos miradouros onde podemos contemplar as belas paisagens. 

Paisagem vista das Muralhas de Monção

Duas notas de curiosidade: em Monção, para além das batalhas travadas entre Portugal e Castela, distingue-se a bravura de três mulheres: Deuladeu Martins, Mariana de Lencastre e Helena Peres. Monção também revive a lembrança de todas estas batalhas através da tradição popular da Festa da Coca, que se celebra todos os anos no dia de Corpo de Deus.

2) Torre da Lapela
Torre da Lapela

A Torre da Lapela é das poucas coisas que sobrou do Castelo de Monção. Foi mandado construir por D. Dinis em 1306 e foi ampliado em 1656. Do castelo original, para além da Torre da Lapela, sobram duas portas e alguns troços da muralha medieval. Dos muros, apenas resta a porta principal e a porta da Traição.

Espigueiro junto à Torre da Lapela

A partir desta altura, a história do castelo é a passa pela sua destruição. Após a restauração da Independência, em 1640, e até ao início do século XVIII, a reformulação da praça de Monção obrigou à utilização de muita pedra, por isso o castelo foi desmantelado.

Vista da Torre da Lapela

Em 1940, foi feito um restauro parcial da estrutura, como parte das comemorações nacionalistas do Estado Novo. No entanto, mais tarde a torre foi restaurada, sendo possível visita-la gratuitamente e contemplar a vista fantástica sobre o Rio Minho.

3) Palácio da Brejoeira

Palácio da Brejoeira

O Palácio da Brejoeira foi finalizado em 1834, sendo um dos mais espectaculares da região do Minho. Localiza-se na vila de Pinheiros, em Monção e foi classificados como Monumento Nacional em 1919. No interior, é possível ver as várias salas do estilo neoclássico. O palácio situa-se na Quinta da Brejoeira, composta por 30 hectares, 18 dos quais dedicados à vinha da casta Alvarinho, 8 são bosque e um está coberto por magníficos jardins.

Escadaria do Palácio

O nome Brejoeira provém de Brejo, que significa matagal ou terra pantanosas. Daí, acredita-se que na propriedade havia terras alagadiças. A construção iniciou-se em 1806 terminando, como já dito, em 1834. O Palácio foi construído em granito, em forma de L, com três torreões. Diz-se que foi Simão Pereira Velho de Moscovo quem terminou a obra do pai. Pouco se sabe sobre ele, apenas que tinha sempre hóspedes no palácio.

Jardins do Palácio

Simão Moscovo morreu sem descendência em 1881. O Palácio foi então herdado pelas famílias Caldas e Palmeirim de Lisboa, tendo sido colocado à venda em hasta pública. Foi adquirido pelo Conselheiro Pedro Maria da Fonseca Araújo, um importante comerciante do Porto, presidente da Associação de Comercio do Porto e Conselheiro do Rei D. Manuel II. O palácio por esta altura, estava em ruínas, tendo sido restaurado pelo arquitecto Ventura Terra. Para além do restauro, algumas divisões foram alargadas e foi construído um Teatro e um Jardim de Inverno. Em 1910, electrificou todo o palácio e instalou o Telégrafo em toda a região.

Jardins do Palácio

O período entre 1903 e 1920 foi uma época de festas palacianas. Durante estas datas, vários hóspedes foram recebidos no palácio, entre eles o Arcebispo de Braga, D. Manuel Baptista da Cunha e o Infante D. Afonso, tio do rei D. Manuel II. Em 1937, o palácio é mais uma vez vendido, desta vez ao Comendador Francisco de Oliveira Paes para oferecer à sua filha Maria Hermínia Silva d'Oliveira Paes, nascida em 1918. Foi ela quem reestruturou a propriedades e iniciou a plantação e comercialização do vinha da casta Alvarinho. No entanto, só em 1976 foi lançada a marca "Palácio da Brejoeira".

Adega da Quinta

Antes da instalação da vinha, o vinho era apenas para o consumo familiar ou vendido a granel para pequenas mercearias. Em 1964, D. Maria Hermínia procurou o engenheiro João Simões de Vasconcelos, iniciando nesse ano a plantação dos primeiros hectares de vinho Alvarinho. 

Adega da Quinta

Em 1974, foi construída uma adega com todas as condições para a produção do vinho Alvarinho. D. Maria Hermínia residiu na área privada do palácio até à data do seu falecimento, em Dezembro de 2015.

Jardim do Palácio

A visita ao Palácio é possível, havendo dois tipos de bilhete: 7,5€ o bilhete para ver o palácio, capela e todo o jardim, 5€ para ver jardim e capela. Infelizmente, não é possível tirar fotos dentro do palácio, apenas nos jardins e adega. Mas vale a pena a visita, pois o palácio é lindíssimo. A visita é guiada, onde é contada toda esta história.

Capela do Palácio

É possível ainda, fazer provas do vinho Alvarinho da quinta e ainda comprar garrafas do vinho "Palácio da Brejoeira".

Fonte: http://palaciodabrejoeira.pt/pdb/

Como Chegar

Do Porto - Seguir pela A3 até à saída para a N101 saída em direcção a Valença/ Monção/ N202/ Melgaço, saindo para Monção;

De Lisboa - Seguir pela A1,  até à saída para a A3, seguir pela A3 até à saída para a N101 saída em direcção a Valença/ Monção/ N202/ Melgaço, saindo para Monção.

By Lum

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