domingo, 22 de dezembro de 2019

O Mistério do Infante Santo, de Jorge Sousa Correia


"O Mistério do Infante Santo decorre num período notável da História de Portugal: a expansão marítima portuguesa. Os filhos de D. João I e de D. Filipa de Lencastre, a família de Avis, a cujos infantes Camões deu o epíteto de Ínclita Geração, são os protagonistas de uma história gloriosa mas que esconde intrigas e mistérios. Depois da morte do rei D. João I, o seu sucessor D. Duarte é confrontado com um país de escassos recursos financeiros e com as ambições e as motivações dos seus irmãos e conselheiros nas vésperas de um dos episódios mais sangrentos da História de Portugal: o desastre da Tomada de Tânger, em 1437, que marcou o destino de D. Fernando, o infante mártir.

Quais serão os pecados desta família ilustre? Quem foram os responsáveis pelo martírio de D. Fernando em Fez? Quem, de entre os filhos de D. joão, foi o mais clarividente e o menos racional? Quem personificava o elo da concórdia? Quem destruiu a harmonia?

Uma história que desmistifica os caminhos de uma família considerada perfeita e nos revela as sombras de um império."

É o segundo livro que leio deste autor e mais uma vez surpreendeu pela positiva.
Este não é um romance histórico com histórias de amor, mas sim sobre a ínclita geração e os erros cometidos e que terminaram no cativeiro de D. Fernando em Fez. 
Tudo começa com uma "obcessão" do Infante D. Henrique em querer conquistar a praça de Tanger, fazendo de tudo para convencer o rei D. Duarte a atacá-la. Contou igualmente com a ajuda da rainha para convencer o rei. Esta ambição desmedida, acaba muito mal, quando os ataques a Tanger resultam numa derrota enorme para o portugueses e culminam no cativeiro de D. Fernando. E o Infante D. Henrique, responsável pelo o ataque desastroso, sempre se recusou a entregar a praça de Ceuta em troca da libertação do seu irmão do cativeiro dos mouros. 
O autor consegue descrever de uma forma tão precisa as provações pelo que D. Fernando passou. Há alturas que até dá vontade de chorar enquanto se lê todas a torturas a que foi sujeito.

É um livro que realmente nos dá que pensar! Nas aulas de história, sempre aprendi que o Infante D. Henrique foi um homem genial no seu tempo, o infante navegador. Não duvido que o tenha sido, mas o que aconteceu com D. Fernando foi algo terrível e que me deixou com uma imagem diferente do que a que tinha. Pelo descrito, após a morte do irmão em cativeiro, D. Henrique ficou amargurado. Acredito que sim!

Obrigatória a leitura!

By Lum

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