domingo, 8 de julho de 2018

D. Amélia, de Isabel Stilwell


"Uma rainha não foge, não vira costas ao seu destino, ao seu país. D. Amélia de Orleãs e Bragança era uma mulher marcada pela tragédia quando embarcou, em Outubro de 1910, na Ericeira rumo ao exílio. Essa palavra maldita que tinha marcado a sua família e a sua infância. O povo acolheu-a com vivas, anos antes, quando chegou a Lisboa. Admirou a sua beleza, comentou como era alta e ficou encantado com o casamento de amor a que assistiu na Igreja de São Domingos. A princesa sentia-se uma mulher feliz. Mas cedo começou a sentir o peso da tragédia. O povo que a aclamou agora criticava os seus gestos, mesmo quando eram em prol dos mais desfavorecidos. O marido, aos poucos, afastava-se do seu coração, descobriu-lhe traições e fraquezas e nem o amor dos seus dois filhos conseguiu mitigar a dor. Nos dias mais tristes passava os dedos pelo colar de pérolas que D. Carlos lhe oferecera, 671 pérolas, cada uma símbolo dos momentos felizes que teimava em não esquecer.  Isabel Stilwell, autora best-seller de romances históricos, traz-nos a história da última rainha de Portugal. D. Amélia viveu durante 24 anos num país que amou como seu, apesar de nele ter deixado enterrados uma filha prematura que morreu à nascença, o seu primogénito D. Luís Filipe, herdeiro do trono, e o marido D. Carlos assassinados ao pleno Terreiro do Paço a tiro de carabina e pistola. De nada lhe valeu o ramo de rosas que tinha na mão e com o qual tentou afastar o assassino. Outras mortes a perseguiriam...  D. Amélia regressou em 1945 a convite de António de Oliveira Salazar com quem mantinha correspondência e por quem tinha uma declarada admiração. Morreu seis anos depois em França, seu país natal, na cama que Columbano havia pintado para ela. Na cabeceira estavam desenhadas as armas dos Bragança."

Dos romances históricos de Isabel Stilwell, D. Amélia era o último que me faltava ler. Mais uma vez, não desilude!
D. Amélia teve a sua vida marcada pelo exílio. Os pais foram obrigados ao exílio em Inglaterra, depois da implementação da república na França. Foi aí, que Amélia nasceu. Após a queda de Napoleão III, ela e sua família puderam finalmente voltar a França, no entanto, tanto o seu pai, como mais tarde o seu irmão, nunca chegaram ao trono de França. Casou com o príncipe D. Carlos, herdeiro ao trono de Portugal. Mas a felicidade nos primeiros anos de casamento, da qual nasceram 3 filhos (uma filha morreu à nascença), não durou muito tempo. D. Carlos estava sempre com a sua corte, tendo as mais variadas amantes, quando o país atravessava uma grande crise. Após se tornar rei de Portugal, chegou a trazer uma amante para Portugal e deu-lhe casa. Amélia sofreu, mas sempre se comportou como a princesa que era. Ajudou em várias obras de solidariedade, tratava doentes nos hospitais e fundou vários hospitais e creches. O ano de 1908 foi negro: Amélia perdeu o seu filho mais velho e o seu marido num atentado, tendo sido posteriormente, em 1910, obrigada mais uma vez ao exílio. Viveu ainda para ver morrer o seu filho mais novo, D. Manuel II. 

Mais um romance de Stilwell de leitura obrigatória! Recomendo!

By Lum



0 comentários:

Enviar um comentário